
O cantor Lindomar Castilho, conhecido nacionalmente como o “Rei do Bolero”, morreu aos 85 anos neste sábado (20). A confirmação foi feita pela filha, Lili De Grammont, por meio das redes sociais. Segundo a família, o artista estava internado há cerca de um mês em um hospital de Goiânia e morreu em decorrência de uma infecção pulmonar.
Ícone da música brega brasileira, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970, período em que figurou entre os maiores vendedores de discos do país. Dono de uma voz marcante e carregada de dramaticidade, eternizou canções como “Vou Rifar Meu Coração” e “Você É Doida Demais”, esta última escolhida como tema de abertura da série Os Normais, exibida pela TV Globo no início dos anos 2000.
Apesar do sucesso, a trajetória do cantor também ficou marcada por um dos crimes mais chocantes da história da música brasileira. Em 1981, Lindomar assassinou a tiros a então esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação em um bar em São Paulo. Condenado a 12 anos de prisão, ele cumpriu parte da pena e deixou o sistema prisional na década de 1990.
Ao comentar a morte do pai, Lili De Grammont publicou um texto de tom reflexivo e crítico. “Ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu. O crime se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica no país e ajudou a consolidar o lema “quem ama não mata”.
Após deixar a prisão, Lindomar ainda tentou retomar a carreira musical e lançou um álbum ao vivo em 2000, mas aos poucos se afastou dos palcos. Em entrevista concedida em 2012, afirmou que estava aposentado da música e vivia de forma reservada, após enfrentar diversos problemas de saúde, incluindo o comprometimento das cordas vocais.
