Uma grande mobilização marcou as buscas, neste sábado (31), do corpo do menino Miguel, de sete anos, que foi dopado e jogado nas águas do rio Tramandaí pela mãe, de 26 anos, que está presa desde a noite da última quinta-feira (29). A participação da companheira da mulher, de 23 anos e que possui transtorno neurológico, ainda está sendo apurada pela Polícia Civil.
Seis embarcações estão vasculhando as águas neste sábado, sendo três delas do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) com efetivos do 9º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) e mergulhadores da Companhia Especial de Busca e Resgate (CEBS) de Porto Alegre.
Outras duas são da Patrulha Ambiental do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (1º BBM) do Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM). Um barco é da Marinha do Brasil. As buscas acontecem inclusive sob as pontes do rio Tramandaí, que fica no limite entre Imbé e Tramandaí.
“Iniciamos nossas buscas bem cedo, dando continuidade no que vínhamos fazendo…Dia após a dia, planejamento após planejamento, a gente está executando o que preparamos no dia anterior”, observou o tenente Elísio Lucrécio.
“Foi de suma importância a vinda dos mergulhadores da CEBS para que se descartasse qualquer possibilidade do Miguel estar preso junto aos pilares das pontes. Estamos descartando todas as possibilidades de onde o menino possa estar trancado. Agora estamos com o pessoal embaixo dos trapiches, onde ficam as embarcações de pesca”, explicou. “Pela movimentação das águas, com as marés de cheia e vazante, o menino pode estar no mar”, lembrou o comandante.
A Polícia Civil já pediu a prisão preventiva da mãe ao Poder Judiciário. A mulher deve ser indiciada por homicídio qualificado (meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima) com majorante (praticado contra pessoa menor de 14 anos) e agravante (cometido contra descendente), ocultação de cadáver e resistência.
Uma mala de rodinhas, que teria sido usada para levar a vítima, foi apreendida na beira do rio Tramandaí durante as buscas na noite de quinta-feira. Ela foi encaminhada para o Instituto-Geral de Perícias, cuja equipe esteve também na pousada onde moram as duas mulheres.
As primeiras informações apuradas pelos policiais civis apontam que o menino vivia sob intensa tortura física e psicológica, mantido em uma peça de um metro quadrado, nos fundos da moradia. A criança ficava até mesmo trancada dentro de um armário.