A escalada das tensões entre Israel e Irã atingiu um novo patamar neste fim de semana, com ataques e retaliações mútuas que resultaram em centenas de vítimas e causaram sérios danos à infraestrutura em ambos os países. O conflito, que começou na última sexta-feira (13) com ataques israelenses que visavam instalações nucleares e militares iranianas, tem se intensificado.
Panorama dos ataques recentes
* Sábado, 14 de junho: Israel continuou seus ataques a alvos iranianos, enquanto o Irã lançou uma segunda rodada de mísseis balísticos contra Israel. Sirenes soaram em Israel, e relatos indicam que mísseis iranianos atingiram áreas residenciais fora de Tel Aviv, causando destruição e ferimentos.
* Domingo, 15 de junho: Israel intensificou seus ataques, visando inclusive a sede do Ministério da Defesa iraniano em Teerã e locais associados ao programa nuclear iraniano. O Irã, por sua vez, continuou com lançamentos de mísseis e drones. Um ataque israelense atingiu um prédio residencial em Teerã, resultando em cinco mortes. Sirenes dispararam no sul de Israel após o Hamas disparar um projétil em direção ao território israelense.
* Segunda-feira, 16 de junho: O conflito se aprofundou, com um ataque aéreo israelense atingindo a sede da TV estatal iraniana durante uma transmissão ao vivo, causando um grande estrago e deixando o cenário em escuridão. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques recentes "atrasaram o programa nuclear do Irã por um tempo muito longo". O Irã alegou ter destruído ou danificado cerca de 150 locais militares e de inteligência. Relatos indicam que as defesas aéreas israelenses interceptaram entre 80% e 90% dos mísseis balísticos iranianos. Bombardeios israelenses atingiram o Hospital Farabi em Kermanshah, no centro do Irã, causando danos. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou sobre a possibilidade de contaminação radiológica e química na principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz, após os ataques israelenses.
Vítimas e consequências:
Até o momento, os ataques resultaram em pelo menos 24 mortos em Israel e mais de 220 mortos no Irã, incluindo mulheres e crianças. Além das mortes civis, vários altos comandantes militares iranianos foram mortos em ataques israelenses. A capital iraniana, Teerã, presenciou explosões e incêndios em bairros civis, levando a um êxodo em massa de residentes e congestionamento em estradas.
Repercussões e movimentos globais:
A comunidade internacional observa o conflito com crescente preocupação. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, pediu aos países islâmicos que tomem medidas coletivas contra Israel, citando graves ameaças à estabilidade regional e global.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump tem emitido declarações sobre o conflito. Ele afirmou que os EUA "não tiveram nada a ver" com os ataques aéreos iniciais de Israel ao Irã, mas alertou Teerã contra qualquer retaliação que vise interesses americanos. Trump também ameaçou uma resposta em "níveis nunca vistos antes" caso os EUA sejam atacados. Apesar de uma postura inicial que minimizava o envolvimento dos EUA, Trump posteriormente indicou que os EUA poderiam se envolver no conflito e até sugeriu o presidente russo, Vladimir Putin, como mediador entre Israel e Irã. Há relatos de que o presidente Trump teria tido conhecimento prévio da operação israelense e que a decisão de mover funcionários da Embaixada dos EUA e famílias de militares de áreas de risco foi, na prática, um "sinal verde" para Israel. A postura de Trump, que antes buscava um acordo de paz com o Irã, agora enfrenta a complexidade de um conflito direto.