A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (28), a Operação Carbono Oculto, uma das maiores já realizadas contra fraudes no setor de combustíveis. O esquema, segundo as investigações, seria comandado por facções criminosas, entre elas o PCC (Primeiro Comando da Capital), e pode ter causado prejuízo superior a R$ 7,6 bilhões.
A ação ocorreu em oito estados, incluindo Santa Catarina, onde foram cumpridos mandados em Criciúma e Itajaí. No total, mais de 300 postos de gasolina foram alvos da operação. Cerca de 1,4 mil agentes participaram da ofensiva, que envolveu Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal, ANP e forças estaduais.
As fraudes iam desde a venda de combustível adulterado ou em quantidade menor do que a informada nas bombas até o uso de postos para lavagem de dinheiro e expansão do crime organizado. Proprietários que venderam seus estabelecimentos ao PCC relataram ameaças de morte após cobrarem pagamentos que nunca foram feitos.
Um levantamento aponta que ao menos 941 postos de combustíveis no país estariam sob influência de facções. Em Santa Catarina, pelo menos cinco unidades já foram identificadas nesse contexto. O estado mais crítico é São Paulo, com 290 postos controlados ou influenciados pelo crime.
De acordo com especialistas, o setor de combustíveis tem sido explorado pelo crime organizado desde os anos 1990, aproveitando falhas na fiscalização e a facilidade para movimentar grandes valores em dinheiro. Para os investigadores, a infiltração nesse ramo representa uma forma de garantir lucro, ampliar territórios e fortalecer as facções criminosas em diferentes regiões do Brasil.