Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua namorada, a modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos, em Imbituba, no Sul de Santa Catarina. O julgamento durou três dias e terminou na madrugada desta sexta-feira (5).
O crime ocorreu em 2018, quando Paulo teria agredido Isadora com socos, chutes e joelhadas. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o homicídio foi qualificado como feminicídio. Durante o julgamento, que ultrapassou 30 horas de análise, o réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e foi encaminhado ao presídio para iniciar o cumprimento da pena.
O promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin destacou a complexidade do caso: “Foram dois dias exaustivos, mais de cinco mil páginas de processo, mais de 50 horas de vídeo. O Ministério Público cumpriu seu papel de defender a vida e proteger as mulheres nesse crime de feminicídio.”
A irmã gêmea de Isadora, Mariana Viana Costa, acompanhou o julgamento e falou sobre a dor de perder a companheira: “A Isadora era minha melhor amiga e nunca mais vou poder tê-la na minha vida. É uma dor que vai ficar para sempre.”
O pai da vítima, Rogério Froner Costa, afirmou que a condenação trouxe um alívio parcial para a família: “Não posso dizer que estou contente, mas sinto o coração um pouco mais leve para tentarmos recomeçar nossa vida.” Amigos da jovem e membros da comunidade também acompanharam o julgamento.
De acordo com a denúncia, Paulo conheceu Isadora em março de 2018, em Santa Maria (RS), e iniciaram o namoro. Em abril, ela aceitou passar alguns dias no apartamento dele em Imbituba. Durante esse período, amigas da vítima relataram que Paulo se tornava agressivo sob efeito de drogas. No dia do crime, Isadora teria contatado a família dele após ele passar mal, o que provocou uma discussão. A investigação aponta que o homem agrediu a jovem até a morte e ainda alterou a cena do crime.
Paulo já havia sido preso anteriormente em 2018 e 2019, mas estava solto à época do julgamento. A defesa nega as acusações, alegando que a morte de Isadora teria sido causada por uma overdose acidental. Ele responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, feminicídio, impossibilidade de defesa da vítima e fraude processual.