Uma jovem foi libertada após ser mantida em cárcere privado por cerca de 12 anos em Rio Negrinho, no Planalto Norte de Santa Catarina. O padrasto dela, suspeito de cometer os crimes, foi preso na última quinta-feira (9).
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram depois que a vítima, hoje maior de idade, relatou a situação a colegas e professores na escola. A partir da denúncia, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na casa da família, localizada na zona rural do município.
A apuração revelou que a jovem era submetida a abusos sexuais diários desde os sete anos de idade. O homem controlava rigidamente a rotina da vítima, restringindo o contato dela com familiares e amigos e permitindo apenas a ida à escola — sempre sob vigilância.
Segundo o delegado Bruno Sinibaldi, responsável pelo caso, os abusos se intensificaram com o passar dos anos. “Ela era vigiada constantemente e vivia sob ameaças. Quando adulta, os episódios de violência se tornaram ainda mais frequentes”, relatou.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu uma arma de fogo e celulares que serão periciados. A vítima está recebendo acompanhamento da rede de proteção à mulher.
O suspeito foi encaminhado ao sistema prisional e deverá responder por estupro, cárcere privado, lesão corporal, ameaça e posse irregular de arma de fogo. A polícia também investiga se a mãe da jovem tinha conhecimento dos abusos.