Conseguir levar para o combate a consciência corporal do treino. Na última vez não tinha dado certo. A derrota tinha batido na porta, após uma luta tensa. Mas no último sábado (2), a mentalidade era outra - e a estratégia também.
Na busca do Cinturão de Ouro, Luís Araújo estava focado em um boxe mais solto e leve. O confronto em Balneário Camboriú pedia movimentação de tronco, de perna e até mesmo a guarda aberta. "Um ritmo que ele gosta de lutar", revela o treinador da equipe de Tubarão, Gabriel De Bona. E foi essa autenticidade dentro dos ringues que coroou o boxeador.
No confronto com Erick Carvalho, Luís olhava fixo nos olhos do adversário. Não desviava a atenção do rival, que lutava em casa. No misto de destreza, naturalidade e leveza, Luís se sobressaiu nos três rounds. Do córner, ouvia-se o técnico tubaronense eufórico, na melodia motivadora de repetidos "issoooo".
A campainha soou e a árbitra com o braço o vencedor anunciou. Vitória para a Cidade Azul, que ganhou o primeiro título do ano no boxe: o Cinturão de Ouro. "Fiquei muito feliz de desempenhar na disputa, o que treinei na academia, sem sair machucado", comemora Luís.
A vitória foi em dose dupla para o Sul de Santa Catarina. O boxeador Helton Cruz venceu por WO, ao ser surpreendido com a ausência do oponente na competição. "A preparação foi diferente e estava ansiosa para encarar o confronto. Levamos o cinturão para casa, mas fica a fome de querer lutar. De qualquer forma, é merecido", ressalta Helton.
Outro integrante da equipe tubaronense é Vinícius Silva. O jovem boxeador está se recuperando de uma lesão, que apareceu após a última luta. Agora, o foco dele, do Luís e do Helton é a Seletiva para o Brasileiro, no dia 16 e 17 de abril, em São José.
Texto: Kamila Melo/Esporte com K/Assessoria