O custo da energia elétrica no Brasil, que já está entre os mais altos do mundo, está prestes a subir ainda mais. O Congresso Nacional aprovou na útlima terça (17) um conjunto de medidas que impõe aos consumidores o pagamento de encargos bilionários por um período de até 25 anos, o que, na prática, equivale à manutenção da temida bandeira vermelha nas contas de luz por um quarto de século.
A principal causa está na criação e na manutenção de usinas termelétricas que operam com combustíveis fósseis, como gás natural e óleo diesel — fontes mais poluentes e caras do que hidrelétricas ou energia solar e eólica. Essas térmicas foram incluídas no chamado "jabuti" da lei de privatização da Eletrobras, sancionada em 2021, como exigência de parlamentares para aprovação da medida. Agora, o custo dessa decisão está sendo socializado: será dividido entre todos os consumidores brasileiros.
Os contratos dessas novas usinas preveem garantia de operação por 25 anos, independentemente da real necessidade do sistema elétrico. Isso significa que, mesmo quando não for mais viável ou necessário ativar essas térmicas, os consumidores continuarão pagando por sua manutenção e operação.
A proposta foi duramente criticada por especialistas do setor elétrico, que apontam falta de planejamento técnico e excesso de interesses políticos e econômicos por trás da medida.
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já admite que a conta de luz pode subir de forma constante nos próximos anos, impactando famílias, comércios e indústrias. O encarecimento da energia tem efeito em cadeia, podendo elevar ainda mais o custo de vida dos brasileiros.