Um dos casos mais recentes envolveu a atriz Adriane Galisteu, que recebeu críticas nos comentários da foto de um selinho entre o marido, o empresário Alexandre Iódice, e o filho, Vittorio, de 9 anos. "Feio e desnecessário", escreveu uma pessoa, ao passo que outra fez coro: "para mostrar amor por um filho não precisa beijar a boca". A atriz, então, achou prudente responder diretamente a alguns seguidores. Numa das suas réplicas, disse: "Aqui a gente dá muito beijo mesmo, aqui a gente não se desgruda, aqui não temos preconceito, aqui só é bem-vindo quem ama".
Mais de duas décadas depois de "Por amor" estrear em horário nobre, Gabriela faz coro à colega de profissão. No seu caso, ela considera o uso da foto com a mãe na abertura da novela um momento marcante: "Adoro lembrar dele. Essa foto representa o puro afeto que eu e ela temos uma pela outra".
A troca de bitocas, aliás, foi transmitida entre as gerações, na família de Gabriela. "O selinho é e sempre foi liberado aqui em casa. Ele não é nada além de muito amor entre nós", diz a atriz, referindo-se aos filhos, Manuela, de 12 anos, e Frederico, de 8, frutos de seu casamento com o fotógrafo Jairo Goldfuss.
Na opinião dela, críticas como as que foram feitas à Adriane Galisteu não fazem o menor sentido. "É inacreditável sexualizar e criticar um gesto tão afetuoso entre mães, pais e filhos. Cada família tem o seu modo de ser. É apenas uma forma carinhosa de lidar. Será que essas pessoas se impressionam também com a quantidade de ódio e violência na TV aberta?", questiona.
A prática divide opiniões entre profissionais. Para o psicólogo clínico Ailton Amélio, professor aposentado da USP, o tal beijo pode causar problemas posteriores. "Na fase adulta ou na juventude, as pessoas podem vir a adquirir conceitos que as levem a condenar retroativamente o que aconteceu durante a infância. Podem se sentir violadas e ter raiva dos pais, por exemplo."