Dos sete dias que ficou no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, o garoto morador de Palhoça passou quatro na UTI. Ele foi o segundo paciente a se recuperar da síndrome no hospital, conforme relato do diretor técnico da unidade de saúde, Marcos Paulo Guchert, que é infectologista pediátrico.
A síndrome inflamatória multissistêmica foi relatada inicialmente pela Sociedade de Pediatria do Reino Unido no final de abril. O diagnóstico é semelhante aos casos de Síndrome de Kawasaki ou síndrome do choque tóxico - também raras -, e os pacientes apresentam febre alta e persistente, manchas e irritações na pele, conjuntivite, inchaços nas mãos e nos pés e dor abdominal e vômito. A maioria dos casos não tem sintomas respiratórios graves.
No fim do mês de maio, os departamentos científicos de Infectologia e Reumatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgaram uma nota técnica sobre a síndrome. Conforme o estudo, a complicação pode ocorrer desde crianças com alguns meses de vida até jovens de 19 anos. Os casos têm sido relatados até quatro semanas após a contaminação pelo coronavírus.
A síndrome já foi relatada em diversos países europeus e também nas Américas. Nos Estados Unidos, somente até meados de maio mais de 100 casos já haviam sido identificados, sendo a maioria em crianças entre cinco e 14 anos.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou na semana passada que está monitorando a nova doença. Segundo o governo, 71 casos foram confirmados no país até o fim de julho, além de três mortes. A ligação da síndrome com o coronavírus ainda está sendo pesquisada, mas exames nas crianças afetadas apontaram que elas estavam com covid-19 no momento ou tinham sido contaminadas previamente.
Fonte: NSC.