O aumento extraordinário do nível do Guaíba, atingindo 4,77 metros na sexta-feira (3), não só inundou o centro de Porto Alegre, mas também provocou um efeito colateral inesperado: a invasão das redes de esgoto pela água, forçando as baratas a emergirem para a superfície e dominarem ruas e edifícios da região.
Locais emblemáticos, como o Mercado Público, fecharam suas portas devido aos temporais, mas não escaparam da presença dos insetos. Baratas foram avistadas em várias áreas, incluindo as proximidades do cais de Porto Alegre, como as ruas Siqueira Campos e Mauá.
Essa situação ocorre em meio a uma série de desastres causados pelos temporais, que já resultaram em mais de 50 mortes. Milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas, buscando abrigo em abrigos públicos ou com familiares e amigos. Mais de 200 municípios do estado foram afetados, impactando centenas de milhares de pessoas.
As imagens aéreas revelam as ruas submersas em Porto Alegre, enquanto o nível do Guaíba continua a subir. O rompimento de uma das comportas de proteção contra cheias intensifica a gravidade da situação, levando a Defesa Civil a emitir alertas de inundação extrema e aconselhar a evacuação imediata das áreas próximas ao rio.
O governador Eduardo Leite classificou o ocorrido como o pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul, decretando estado de calamidade, medida prontamente reconhecida pelo governo federal. Com a previsão de mais chuvas nos próximos dias, a tragédia que assola Porto Alegre e região ainda está longe de acabar.