O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou apoio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após os Estados Unidos revogarem o visto do magistrado e de familiares. A medida foi anunciada na noite de sexta-feira (18), pouco depois de uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em nota oficial, divulgada neste sábado (19) pelo Palácio do Planalto, Lula classificou a decisão norte-americana como "arbitrária" e "sem fundamento", além de afirmar que se trata de uma interferência inaceitável na Justiça brasileira. “Nenhuma forma de intimidação ou ameaça afetará o compromisso das instituições brasileiras com a defesa do Estado Democrático de Direito”, afirmou o presidente.
O cancelamento do visto foi anunciado pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que não detalhou quais outros ministros do STF também foram atingidos. A decisão teria sido motivada por ações do ministro Moraes contra redes sociais norte-americanas, como o bloqueio de contas e plataformas, entre elas a Rumble, associada a investigados como Allan dos Santos, foragido nos EUA desde 2021.
A medida reforça a tensão entre autoridades brasileiras e representantes do governo dos Estados Unidos, especialmente em meio à recente operação da PF que impôs a Jair Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno.
A Polícia Civil brasileira e o STF seguem acompanhando os desdobramentos do caso. Já o governo dos EUA ainda não se manifestou sobre a repercussão internacional da decisão.