Um detalhe simples no cafezinho servido na Câmara de Vereadores de Joinville acabou virando caso de denúncia por racismo. As etiquetas nas garrafas, que indicavam “preto amargo” e “preto doce”, provocaram a revolta de um cidadão que fez uma reclamação formal na Ouvidoria da Casa.
A expressão, segundo o munícipe, não condiz com uma conduta antirracista e deveria ser substituída por termos neutros como “café com açúcar” e “café sem açúcar”. A sugestão foi lida na sessão da última quarta-feira (30) e dividiu opiniões entre os vereadores.
O presidente da Câmara, vereador Diego Machado (PSD), não gostou nada da acusação. Para ele, tudo não passa de exagero. “Gente, isso me incomodou. É uma expressão simples, usada há muito tempo. Querer transformar isso em racismo é criar um vitimismo onde ele não existe”, afirmou ao microfone.
Pelas redes sociais, o vereador Cleiton Profeta (PL) também reagiu: “Transformar uma etiqueta de café em ato discriminatório desrespeita quem realmente sofre com o racismo. Isso é cortina de fumaça”, escreveu, se dizendo indignado com a repercussão.
Apesar da discórdia, a Câmara optou por mudar as etiquetas. Agora, uma das garrafas está identificada apenas como “amargo”. A decisão tenta esfriar os ânimos no Legislativo de Joinville. Mas o debate segue nas redes sociais.