Passados quatro meses do grave acidente no Morro dos Cavalos, em Palhoça, na BR-101, nenhuma medida concreta foi adotada para resolver os problemas no trecho. Em maio, um caminhão-tanque tombou, explodiu e provocou um incêndio que atingiu outros 24 veículos. O episódio reacendeu a pressão de autoridades e entidades por obras, mas o impasse persiste.
Projetos para a construção de túneis já estão aprovados desde 2016, com licenciamento ambiental e acordo com a comunidade indígena, porém as obras nunca saíram do papel. Atualmente, três propostas estão em debate. A mais recente, defendida pela Federação dos Transportadores de Carga de SC (Fetrancesc), pela Fiesc e pelo Conselho das Federações Empresariais de SC (Cofem), sugere que a CCR Via Costeira assuma a responsabilidade pela intervenção, a fim de aliviar a concessionária Arteris, que já tem diversas obras no trecho Norte.
O governador Jorginho Mello defende um contorno como alternativa mais rápida e barata, estimado em R$ 291 milhões. No entanto, especialistas, como o engenheiro Ricardo Saporiti, afirmam que o valor é subestimado e que os custos de túneis — estimados em R$ 1 bilhão cada — estão superavaliados, citando como exemplo os túneis do Contorno da Grande Florianópolis, que custaram cerca de R$ 400 milhões.
Sem consenso entre governo federal, estadual e entidades, a definição sobre o futuro da obra permanece indefinida, deixando motoristas à mercê de um trecho com histórico de problemas e sem previsão de melhorias.