A Polícia Civil investiga a morte de Leticia Paul, de 22 anos, que sofreu um choque anafilático durante a realização de uma tomografia com contraste em Rio do Sul, no Vale do Itajaí. A jovem, formada em direito há cinco meses, chegou a ser entubada após o exame no Hospital Regional Alto Vale, mas não resistiu e faleceu na quarta-feira (20), menos de 24 horas depois do procedimento.
Para apurar as circunstâncias da morte, a polícia solicitou os prontuários médicos de Leticia e pretende ouvir testemunhas. Ainda segundo a corporação, não há uma linha de investigação definida até o momento.
Os contrastes utilizados em exames como tomografia, ressonância e radiografia têm a função de realçar regiões específicas do corpo, e seu uso é feito sempre sob orientação médica. Casos de choque anafilático durante exames com contraste são extremamente raros, representando menos de 0,01% das situações, conforme explica a alergista e imunologista Jane da Silva, do Hospital Universitário da UFSC.
O corpo de Leticia foi velado na quinta-feira (21) na Casa Mortuária Jardim Primavera, em Rio do Sul, e posteriormente levado ao Crematório Vaticano, em Balneário Camboriú.
O hospital informou que recebeu a solicitação da Polícia Civil e está colaborando integralmente com as investigações, reafirmando seu compromisso com ética, transparência e segurança nos procedimentos clínicos.
Segundo a especialista, o choque anafilático é uma reação alérgica grave e rápida, que pode se manifestar com sintomas variados, como coceira, manchas na pele, chiado no peito, falta de ar, alterações cardíacas, queda de pressão e, em casos extremos, parada cardiorrespiratória.