O corpo encontrado na manhã desta quinta-feira (6) nas proximidades da ponte do Quartel é de Mateus Lopes Rosa, de 32 anos. Mateus estava desaparecido desde sábado (1), quando teria feito contato pela última vez com a família: ele mandou um áudio para sua irmã Tamara Rosa, em que dizia que ajudaria a irmã com o TCC.
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De acordo com a família, ele tinha tido uma crise de esquizofrenia em janeiro, mas foi liberado pelo médico. "O médico liberou, disse que era apenas uma crise, que era estresse por ele estar desempregado ali naquele período de início de ano", explicou a irmã de Mateus Tamara Rosa. Além disso, Tamara diz que o irmão também tinha mania de perseguição.
Há cerca de um mês ele teve uma segunda crise. A família queria que Mateus ficasse internado. "O que dói é que a gente avisou que ele poderia colocar a vida dele em perigo e a de outras pessoas, isso é o que mais dói", afirmou Tamara, que por um tempo, foi vizinha do Sargento Anderson, que perdeu a vida tentando salvar seu irmão.
Mateus era professor na Escola Estadual Antônio Knabben, de Gravatal, e também no CEJA. “No quarto dele estava anotado que ele tinha que colocar as notas no sistema até o dia 2 e ele tinha ido para a casa da namorada, onde dormia nos finais de semana”, explica Tamara.
Na sexta-feira (31), um empréstimo de R$900,00 em nome de Mateus apareceu em sua conta. “Ele ficou bem desolado, não sabia de onde havia aparecido aquele empréstimo. Minha mãe até disse para ele resolver aquilo na segunda-feira; ele saiu de lá triste. Mas antes disso ele foi ao Shopping com ela, tinha comprado um celular novo”, relembra Tamara.
No sábado de manhã, a namorada afirmou que Mateus estava bem. Ele visitou a sua mãe por volta de 9h. “Depois ele disse que ia voltar na casa da namorada. E quando ele voltou na casa da namorada, ela disse que ele já estava diferente”, explica Tamara.
À tarde, quando aconteceu o fato, a moto de Mateus deu pane próximo a ponte do Morrotes.
“Quem esteve presente falou que ele estava primeiro ali na parte da entrada da ponte, que falava que iam matar ele. A gente desconfia que algo aconteceu nesse sentido, de talvez ele ter caído ou se jogado por causa dessa mania de perseguição, porque ele nunca teve pensamento suicida, ele tinha pensamento de perseguição. Ele resetava o notebook e o celular dele sempre, colocava fita nas câmeras… Mas ideação suicida, nunca”, explica a irmã.
Nesta quinta-feira (6), alunos e docentes da Escola Estadual Antônio Knabben prestaram homenagens a Mateus, num ato realizado na instituição de ensino. Mateus era querido pelos alunos e professores. "Querida família, amigos, colegas e alunos do professor Mateus: recebam nossas condolências e amor nesse momento. Que vocês tenham força e paz para passarem por esse momento de dor. Não temos palavras para expressar nosso pesar e tristeza", publicou a Escola.