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20/08/2025 08h31

Caso Moisés: tudo que se sabe sobre a morte da criança vítima de violência

Autista não verbal, vizinhos relatam que a criança aparecia com hematomas pelo corpo e que passava boa parte do tempo em casa, com a família
Caso Moisés: tudo que se sabe sobre a morte da criança vítima de violência

Um crime brutal chocou Florianópolis e levantou questionamentos sobre falhas na rede de proteção à infância. Moisés Falk da Silva, de apenas quatro anos e diagnosticado com autismo não verbal, morreu no último domingo (17) após ser levado praticamente sem vida à UPA do MultiHospital, no bairro Carianos.

 

O menino havia sido atendido um dia antes na mesma unidade de saúde com sintomas gripais e febre, mas recebeu alta. No domingo, ficou sob os cuidados do padrasto, de 23 anos, enquanto a mãe trabalhava. Testemunhas relataram que Moisés chegou a tentar pedir ajuda a vizinhos horas antes de ser encontrado desacordado.

Segundo relatos, a criança teria gesticulado em direção ao abdômen e piscado repetidamente, na tentativa de se comunicar. Logo depois, foi levado de volta pelo padrasto. Pouco tempo mais tarde, o homem retornou com o menino inconsciente nos braços.

 

Uma vizinha enfermeira tentou os primeiros socorros e constatou que a criança já apresentava sinais vitais quase inexistentes. Moisés não resistiu e teve o óbito confirmado às 14h24.

 

O exame preliminar do IML revelou marcas de agressões recentes e antigas: hematomas no tórax e nas costas, mordidas no rosto e lesões compatíveis com tentativas de defesa.

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Registros hospitalares mostram que Moisés já havia sido atendido anteriormente com ferimentos suspeitos. Em maio, ele chegou ao Hospital Infantil Joana de Gusmão com manchas roxas pelo corpo. À época, o padrasto alegou que a criança havia caído da cama. O caso foi classificado como sugestivo de maus-tratos.

 

A mãe e o padrasto foram presos em flagrante logo após a confirmação da morte. Na audiência de custódia, a prisão preventiva do padrasto, identificado como Richard da Rosa Rodrigues, foi decretada. A mãe, grávida de seis meses, foi liberada sob medidas cautelares, entre elas recolhimento domiciliar noturno e comparecimento periódico em juízo.

O Ministério Público de Santa Catarina instaurou procedimento para investigar se houve negligência na rede de proteção. A promotora Luana Pereira Neco da Silva afirmou que “houve falhas” e que será necessário apurar responsabilidades, tanto da família quanto das instituições que acompanharam o caso.

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Atualmente, Florianópolis conta com apenas quatro Conselhos Tutelares ativos, quando seriam necessários cinco para atender a demanda. O Conselho Tutelar da região sul informou, em nota, que segue à disposição das autoridades e ressaltou que informações de atendimentos são sigilosas.

 

Vizinhos relataram que Moisés era frequentemente visto com hematomas e passava a maior parte do tempo trancado em casa. A mãe teria justificado as marcas dizendo que seriam sintomas de uma doença autoimune, nunca confirmada.

 

A morte do menino expõe novamente a vulnerabilidade de crianças em situação de risco e a dificuldade do Estado em impedir tragédias anunciadas.


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