A história de Emilli Souza, uma talentosa cozinheira de 25 anos que trabalha num hotel no Rio de Janeiro, vai além de suas habilidades culinárias. Em um relato emocionante, Emilli compartilha a jornada de amor e proximidade com sua avó, uma mulher especial que marcou sua vida.
“Minha avó nunca gostou de comemorar aniversário, sempre viajava. Todos os anos, quando chegava perto do aniversário dela, ela arrumava a malinha dela, ia viajar pra casa de alguma amiga”, conta Emilli. Mas no aniversário de 88 anos, sua avó resolveu fazer algo diferente. “Ela resolveu comemorar com a família inteira. Naquele dia eu senti que estava começando a me despedir dela. Comemos, tomamos vinho, rimos e eu tirei essa foto”, relembra.
“Minha avó sempre gostou muito de tomar vinho desde mais nova. Só que ela ficava com medo por tomar tanto remédio e tudo mais. E nesse dia ela quis tomar”, contou.
Emilli é a neta mais nova entre as vinte netas da avó e sempre foi muito próxima, tanto física quanto emocionalmente. “Sempre fui muito grudada com ela e com o passar dos anos, com faculdade e trabalho, acaba que o tempo fica mais escasso. Na época eu morava em São Gonçalo, que é uma cidade próxima aqui do Rio, e decidi que iria me mudar pra mais perto do trabalho por conta dessa dessa movimentação”, conta.
Esse foi um processo bem caótico para as duas, porque a avó de Emilli ficou alegre por ver a neta alçando novos vôos mas triste por ela estar indo para longe. “Eu tentei passar todos os momentos possíveis mais perto dela, de eu chegar muito tarde e sair muito cedo todos os dias. Todo dia quando eu chegava, eu passava pelo menos uns quinze minutos na casa dela e todo dia de folga que eu tinha eu tomava café com ela. Era sagrado”, relembra.
Na semana do dia das mães, Emilli foi para a casa dos pais na folga e ficou com a avó o dia todo. “Você vai voltar aqui pra comer o melhor dia das mães comigo, não vai?”, ela perguntou a Emilli. “Eu falei que sim, chegou o domingo eu estava trabalhando e tinha pedido pra sair mais cedo”, conta. Ela chegou cansada e acabou dormindo.
“Acordei quase oito horas da noite e meio desnorteada e aí eu fiz só uma chamada de vídeo. Aí fiz a chamada de vídeo, falei com ela, falei com a minha mãe, falei com a minha tia”, relembra.
Nessa época, a avó de Emilli já estava sob cuidados mais fortes, do tipo de ter que ter gente pra dormir com ela, com escala para as pessoas cuidarem. “Ela não podia ficar sozinha em momento algum porque ela não estava conseguindo se movimentar e ela não dava o braço a torcer a ponto de ir pra casa de alguém”, explica Emilli.
“Vovó se foi em paz, no dia das mães. Não tive tempo de mostrar a tattoo pra ela, pois tinha marcado exatamente para fazer uma semana depois. Mas sei que ela viu e se pudesse me daria um pescoção me perguntando “não doeu não?”, conta Emilli.