Em 2024, o Brasil registrou o maior número de vítimas fatais na aviação em uma década, com 153 mortes, superando o recorde anterior de 104 mortes em 2016. Ao longo do ano, ocorreram 175 acidentes aéreos, sendo 44 com óbitos. O incidente mais trágico foi o do avião da Voepass, em Vinhedo (SP), em agosto, que resultou em 62 mortes, seguido por outro acidente de grande gravidade em Gramado (RS), em dezembro, onde um turboélice causou a morte de 10 pessoas.
Todos os acidentes são investigados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que disponibiliza as informações por meio do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). Entre os acidentes mais marcantes, destacam-se a queda de um helicóptero em Capitólio (MG), que deu início à série de tragédias em janeiro, e o desastre em Birigui (SP) em agosto, que matou três pessoas.
A maior parte dos acidentes fatais envolve aeronaves de pequeno porte, como aviões particulares e agrícolas, que representam mais de 10 mil das 11 mil aeronaves no Brasil. O aumento da frota aérea nacional tem gerado maior risco em operações privadas, nas quais a responsabilidade recai sobre o piloto. Raul Marinho, da Associação Brasileira de Aviação Geral, explica que essas aeronaves exigem menos regulação, pois as responsabilidades são atribuídas ao proprietário e à equipe de manutenção.
Apesar disso, as normas de aviação no Brasil seguem padrões internacionais rigorosos, como destaca o piloto Fernando de Borthole, reforçando que, embora tragédias aconteçam, a aviação brasileira é cada vez mais segura.
Nos últimos 10 anos, o Cenipa registrou 457 acidentes aéreos, com a principal causa sendo falhas nas aeronaves. O estado de São Paulo lidera os índices de acidentes, enquanto Santa Catarina ocupa o 10º lugar, com 59.