Treinar, viajar e lidar com imprevistos
Depois de concluir minha meia maratona em Florianópolis, sigo firme nos treinos — não por ter uma prova marcada, mas porque correr já faz parte da minha rotina, da minha saúde e da minha forma de enxergar a vida. E, assim como nas viagens, o caminho nem sempre é linear: às vezes surgem obstáculos, imprevistos e até perrengues.
Mas é justamente nesses momentos que aprendemos a ser mais resilientes, criativos e até a rir das situações depois. Nesta coluna, compartilho histórias e dicas que mostram como treino, turismo e perrengues podem andar juntos e, no fim, sempre render boas memórias.
Perrengues de viagem
Quem viaja muito sabe: imprevistos acontecem. Um dos mais comuns e estressantes é o de voos. Para ajudar a lidar com esses momentos, convidei minha amiga Lilian Hoeller Ribeiro Martins — advogada, corredora e apaixonada por explorar o mundo — para compartilhar algumas dicas importantes:
Mantenha a calma e procure atendimento: assim que receber o aviso de cancelamento, vá ao balcão da companhia ou entre em contato pelo aplicativo. Pergunte o motivo e já peça as opções: reacomodação, reembolso ou transporte alternativo.
Guarde provas: tire fotos da tela, faça prints e anote horários. Isso pode ser fundamental caso precise formalizar uma reclamação.
O que a companhia deve oferecer:
A partir de 1h de espera: acesso à comunicação (telefone e internet)
A partir de 2h: alimentação
A partir de 4h: hospedagem e transporte (se estiver fora do domicílio)
Seus direitos como passageiro: você pode escolher entre ser reacomodado em outro voo, pedir reembolso integral ou optar por outro meio de transporte viável. Caso a companhia não cumpra, é possível registrar a reclamação no consumidor.gov, acionar o Procon ou entrar com ação judicial em casos de danos maiores.
No fim, o importante é não deixar que o perrengue estrague a viagem. Informação é a melhor forma de transformar um contratempo em apenas mais uma história para contar depois.
Perrengues de Felipe Costa da Silva
Falando em perrengues de viagem, o atleta da Seleção Brasileira e meu treinador, Felipe Costa da Silva, é conhecido entre amigos e alunos como o verdadeiro rei das aventuras inesperadas. Ele compartilhou algumas histórias:
“O que seriam das viagens sem aqueles perrengues para dar emoção? Uma vez, indo competir nos EUA, meu voo foi desviado devido à neve e cheguei ao destino 30 horas depois. Em outra, perdi uma conexão e minhas malas, incluindo a bicicleta, chegaram dois dias depois. Mas deu tudo certo antes da competição.”
Felipe acaba de voltar de Paraty, onde foi o melhor brasileiro na prova com selo internacional, conquistando o 4º lugar geral nos 108 km de trilhas intensas.
Paraty, aliás, é um destino encantador para atletas e viajantes: ruas de pedra, casarões coloniais, igrejas históricas e a charmosa orla completam a experiência. Além disso, a cidade é ponto de partida para praias paradisíacas e passeios de barco pela Baía da Ilha Grande.
Mini viajante da vez
Hoje, quem brilha é Bryan Braga, filho da Luana, de São Paulo. Curioso e talentoso, ele adora xadrez e já está começando a explorar o mundo ao lado da mãe. Assim como no xadrez, cada movimento na preparação faz diferença, e Bryan se prepara para muitas conquistas no tabuleiro e fora dele.
Entre treinos, perrengues de viagem e a preparação dos pequenos exploradores, fica claro que cada etapa — por mais desafiadora ou divertida que seja — faz parte da experiência. Assim como na corrida, na vida e nas viagens, o que importa não é apenas chegar ao destino, mas aproveitar cada passo do caminho.
Que Bryan e todos os pequenos exploradores inspirem a gente a planejar, sonhar e descobrir o mundo com entusiasmo. E que nós, adultos, possamos seguir correndo, viajando e aprendendo com cada desafio que aparece — seja correndo à beira do rio, enfrentando imprevistos em aeroportos ou em partidas de xadrez.