Um vídeo compartilhado nas redes sociais pelo perfil @sos_naufragados capturou o desabafo carregado de tristeza e indignação do Sr. Osnir, um morador da Praia do Forte, em Florianópolis, cuja família reside na região há mais de 150 anos. As palavras do morador ecoam o sentimento de muitos nativos da ilha diante da recente demolição de casas na localidade.
Visivelmente emocionado, o Sr. Osnir expressa sua incredulidade e revolta com a ação conjunta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e da Justiça Federal (JF), que determinou a derrubada de residências construídas em área considerada de preservação, próximas à Fortaleza de São José da Ponta Grossa.
O morador questiona a "loucura" da decisão, classificando como um "absurdo" a forma como os "nativos da ilha", famílias trabalhadoras que "nasceram e se criaram aqui", estão sendo tratados. Com a voz embargada, ele lamenta a facilidade com que famílias são "jogadas na rua" sem qualquer direito, comparando a situação com a proteção dada aos animais abandonados, cujos responsáveis podem ser multados ou presos.
"Como que é essa lei no Brasil pra botar uma família na rua sem direito a nada? Uma mão atrás e outra na frente, mora aonde? Depender de família, às vezes algum tão tem. Então eu acho isso muito errado", desabafa o Sr. Osnir.
Ele critica a falta de sensibilidade em não considerar a história e a vida dessas famílias, lembrando que a terra pertence a um poder maior. O morador expressa sua profunda tristeza ao ver o local transformado em "chão batido" , relembrando os tempos em que os quiosques locais, que serviam turistas, promoviam a satisfação dos visitantes, que sempre foram bem recebidos na Praia do Forte.
O depoimento do Sr. Osnir se junta a outras manifestações de moradores que se sentem injustiçados e desamparados diante da ação, que já resultou na demolição de quatro residências e mantém outras sob a ameaça de serem derrubadas. A comunidade alega que as construções são anteriores à legislação ambiental restritiva e que a medida visa atender a interesses turísticos e imobiliários em detrimento dos laços históricos e sociais dos moradores nativos.