A presidente do Sindicato dos Comerciários de Tubarão, Elisandra Rodrigues Anselmo, fez um apelo nesta semana sobre as condições de trabalho no comércio durante o período natalino. Em vídeo enviado ao HC Notícias, ela denunciou a falta de negociação com o sindicato patronal na definição dos horários de funcionamento, que, segundo ela, são decididos de forma unilateral pela CDL e Sindilojas, sem considerar os trabalhadores.
“Infelizmente, o horário natalino é sempre decidido apenas entre os empresários, sem ouvir os trabalhadores. Isso nos entristece muito, porque nós também somos parte interessada nesse calendário”, destacou Elisandra.
De acordo com a dirigente sindical, Tubarão tem um dos horários natalinos mais extensos de Santa Catarina, obrigando funcionários a enfrentar jornadas de até 13 horas por dia, com intervalos reduzidos ou inexistentes. “Tem trabalhadores que entram às 9h e saem às 22h, muitas vezes com apenas 30 minutos de descanso. Aos sábados a situação piora, porque abrem às 9h e vão até as 17h sem intervalo”, relatou.
Outro ponto levantado foi a dificuldade dos funcionários em passar a véspera de Natal com a família. “A maioria dos trabalhadores são mulheres, que não conseguem nem preparar uma ceia digna ou estar com os filhos, porque o horário é extremamente extenso e desnecessário”, disse.
O sindicato também cobra maior fiscalização do Ministério do Trabalho. Segundo Elisandra, apesar dos auditores fiscais terem autonomia para autuar empresas, a falta de estrutura reduz a atuação no período mais crítico. “Seria importante que nesse período natalino a atenção fosse voltada para o comércio, porque os problemas se repetem em todo o estado”, defendeu.
A pauta de reivindicações do sindicato, que inclui reajuste salarial e melhores condições de trabalho, já foi protocolada junto ao Sindilojas. Elisandra pede que os empresários reavaliem a decisão sobre os horários de Natal de 2025, que, segundo ela, já foi tomada nos bastidores, sem qualquer consulta aos trabalhadores.
“Se hoje o comércio enfrenta falta de mão de obra, muitas vezes é por causa disso: o trabalhador não é ouvido em suas necessidades”, concluiu.